FELICIDADE

Em todos os tempos, o ser humano aspirou à felicidade, primeiro e último
objetivo do homem e meta de todo preparo, esforço e aperfeiçoamento. Mas
quando poderão as criaturas consegui-la de fato? A maioria, não obstante ansiar
pela felicidade, permanece vítima das desgraças e deixa este mundo antes de
desfrutar a alegria de vê-la concretizada.
Será, então, a felicidade algo tão difícil de se conseguir? Devo dizer que não.
A felicidade baseia-se na eliminação de três fatores principais: doença, pobreza
e conflito. Como essa eliminação não é fácil, a maior parte das pessoas submetese
a uma forçada resignação.
Tudo se enquadra dentro da Lei de Causa e Efeito, e a felicidade não foge a
essa lei. Descobrir sua causa será, pois, descobrir a chave do problema. A
solução da incógnita está na compreensão do amor altruísta. Lutar pelo bemestar
do próximo é a condição essencial para nos tornarmos felizes. O mundo,
entretanto, está repleto de pessoas que buscam a felicidade apenas para si,
indiferentes à desgraça alheia.
É uma tolice almejar a felicidade semeando a infelicidade. É como a água de
um recipiente: se a empurramos, ela volta; se a puxamos, ela se afasta. A
necessidade da Religião reside nesse ponto. O amor pregado pelo cristianismo e
a caridade búdica têm por propósito infundir a fraternidade no coração
humano. Contudo, essa verdade tão simples é difícil de ser reconhecida pelo
homem.
Deus, por meio de Seus representantes, criou as religiões, que por sua vez
estabeleceram doutrinas, através das quais são indicadas as bases do viver. São
as religiões que nos ensinam a existência de um Ser Invisível, para, com a mais
pura intenção, conduzir-nos ao caminho da Fé. Não é pequeno o empenho
requerido para salvar uma pessoa. A vida, realmente, não tem sentido para a
maioria, que, não sendo ensinada a crer no invisível, parte para o Além
indiferente aos ensinamentos, ludibriada e perdida nas trevas. Todavia, para os
que souberem desfrutar da alegria de viver, extasiar-se com as verdades,
conseguir vida longa e o meio de serem verdadeiramente felizes, o mundo será,
sem dúvida, um paraíso digno de ser vivido.
Nós afirmamos que, para nos tornarmos felizes, há um caminho cujo rumo
está indicado neste livro, apresentado com tal propósito.

1º de dezembro de 1948

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